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Crítica: A Caça (2012)

Olá, galera! Tudo bem com vocês? 


Hoje eu vou falar pouco sobre o filme A Caça, do diretor dinamarquês Thomas Vinterberg. O filme faz parte do chamado Dogma 95, um movimento cinematográfico criado pelo próprio Vinterberg em parceria com o diretor Lars von Trier. 




A trama gira em torno de Lucas (Mads Mikkelsen), um professor do jardim de infância de uma pequena cidade no interior da Dinamarca, amado pelas crianças e também cercado por muitos amigos – que foram de grande apoio após o seu divórcio. Entretanto, um dia Lucas é surpreendido pelo comportamento da pequena Klara (Annika Wedderkopp), a filha mais nova de seu melhor amigo, que nutrida de uma paixão pelo professor, acaba beijando-lhe na boca. Ele, impressionado, explica a menina que esse tipo de comportamento só ocorre entre adultos. Mas, Klara unindo a paixão não correspondida com a sua imaginação – que fora “alimentada” pela convivência em casa, através da exposição precoce a uma imagem pornográfica –, acaba declarando à diretora do jardim de infância algo que mudaria drasticamente o curso da vida de Lucas. O professor acaba sendo acusado de abusar sexualmente de Klara, e a partir daí observamos a sua vida sair cada vez mais dos trilhos. Afastado do trabalho, Lucas vai perdendo pouco a pouco o apoio dos seus amigos, além de ser também acusado erroneamente de abusar de outras crianças do jardim de infância. No filme, o espectador acompanha constantemente a dor e o sofrimento de Lucas como se estivesse em sua pele, sendo agredido moralmente e também fisicamente pelos habitantes da cidade.


Thomas Vintenberg apresenta, de maneira brilhante, uma perspectiva diferente de outros longas que também tratam do tema pedofilia. Por exemplo, ao contrário de filmes como Dúvida – do diretor John Patrick Shanley –, que se apoia justamente na provocação de um sentimento de dualidade quanto a inocência do indivíduo acusado; em A Caça, adentramos completamente na visão do personagem condenado injustamente, e temos ciência de que o mesmo é inocente desde o início da trama. O fato, como bem apontado no filme, de que as “crianças não mentem” foi extremamente determinante para a condenação de Lucas. E é sob essa questão que percebemos as consequências irremediáveis da imaginação de Klara, que não é capaz de medir o peso dos seus próprios atos.


Mads Mikkelsen interpreta o professor Lucas em A Caça.


Agora, em se tratando de Mads Mikkelsen... Bem, dispenso comentários haha. Sou extremamente apaixonada pelos trabalhos do ator dinamarquês, e de fato, em A Caça isso não poderia ser diferente. Todo o sofrimento de Lucas, bem como o seu constante conflito interno, é interpretado magistralmente por Mikkelsen. Destaco aqui a cena da igreja, em que Lucas observa a apresentação do coral das crianças do jardim de infância, em meio a olhares desaprovadores e acusadores das pessoas. Não à toa, Mikkelsen foi agraciado com o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes pelo seu papel no mesmo filme, que eu particularmente considero um dos seus melhores trabalhos.


A Caça expõe um tema bastante polêmico através de uma visão diferente dos fatos, mas ao mesmo tempo em que sentimos a dor de Lucas, deveríamos refletir sobre o ponto de vista daqueles que o acusaram. De fato, será que não agiríamos da mesma forma se não tivéssemos conhecimento do que verdadeiramente acontecera? É justamente essa reflexão acerca da crítica social apresentada no filme que é capaz de torná-lo não apenas singular, mas também arrebatador.




A Caça
Título original: Jagten
Direção: Thomas Vintenberg
Ano de lançamento: 2012
País: Dinamarca


Por enquanto é só, meus queridos!
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Um super beijo e até a próxima :)

Resenha - A Rosa de Sarajevo, Margaret Mazzantini

E AÍ RAPAZIADA!

Depois de muita insistência, enrolação e leituras decidi finalmente escrever a minha primeira resenha no blog. O livro de hoje é “A Rosa de Sarajevo” (em italiano: “Venuto Al Mondo”) da autora italiana Margaret Mazzantini.
  

Meus coleguinhas de blog e de faculdade não se apresentaram direito (mal educadinhos), mas somos estudantes de Letras Português-Italiano. Do nosso grupo, eu acho (mentira, tenho certeza e já to quase procurando tratamento porque tá virando doença) que sou a mais obcecada pela Itália. Eu tô sempre procurando livros, filmes, músicas, etc em italiano..

- MAS DEBORA, O BLOG NÃO É SOBRE ISSO!

É, tá certo.
“O libertário poeta bósnio Gojko, a metódica italiana Gemma e seu grande amor, o fotógrafo Diego, encontram-se pela primeira vez na antiga Iugoslávia na metade da década de 1980. Parecia impossível, a poucos anos da onda de mudanças que poria um ponto final aos regimes comunistas do Leste europeu, enxergar a ciranda de violência e convulsão política que ocuparia Sarajevo entre 1992 e 1995. Mas foi exatamente isso o que aconteceu. No plano pessoal, Gemma e Diego travam sua própria batalha.(...) Mas o passado insiste em reaparecer neste romance surpreendente em que os amores, a intimidade e os acontecimentos mundiais são observados com lirismo e expostos com notável energia narrativa” (Companhia das Letras)
Então, li “A Rosa de Sarajevo” em língua original (italiano, wow que surpresa) no comecinho do ano e recentemente descobri que tinha sido FINALMENTE (fogos) traduzido para o português pela editora Companhia das Letras. O livro começa com o retorno da protagonista Gemma a Sarajevo depois 16 anos a convite de um amigo fotógrafo (Gojko ). A história gira basicamente em torno do romance de Gemma e Diego - italianos que se conheceram na Bósnia -, dos primeiros anos de casamento dos dois e dos problemas, dúvidas e dramas criados pela maternidade. A maior parte da história se passa durante a guerra da Bósnia, mostrando também as condições e dificuldades enfrentadas pelo país nesse período.

Gente. Sério. SÉRIO. S-É-R-I-O. Recomendo demais. É um livro pesado, envolvente, fascinante, triste e angustiante ao mesmo tempo. É do tipo que depois de alguns capítulos você precisa fechar o livro, olhar pro teto e refletir porque NÃO DÁ, MUITOS SENTIMENTOS ROLANDO. O final é surpreendente e muito emocionante, foi difícil conter as lágrimas.  



Ah, no finalzinho do ano passado foi lançado também o filme homônimo ("Venuto Al Mondo") dirigido por Sergio Castelitto com ninguém menos do que AQUELA DIVA LINDA MARAVILHOSA Penélope Cruz no papel principal. Ainda não assisti, mas deixo aqui o trailer em inglês (ainda não tem em português, mimimi) pra vocês darem uma olhadinha:

muito amor :')


Outro livro da mesma autora já foi traduzido aqui no Brasil, o nome é "Não se mexa". Altamente recomendável também, mas isso é assunto pra outro post :)

Muitos beijos no coração, não esqueçam de curtir a nossa página lindoca no facebook e


até a próxima! (daqui a um ano) (não, hehe, brincadeirinha) (prometo voltar logo)

 
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